19.12.16

V de

— É melhor ir andando — disse ela.
Erlendur assentiu e levantaram-se ambos. Ela deu-lhe um beijo na face e manteve-se colada a ele por um instante.
Nenhum dos dois reparou que Eva Lind estava a entrar no bar, divisando-os ao longe. Viu-os a levantarem-se, viu-a a beijá-lo e aparentemente a aconchegar-se nele. Eva Lind estremeceu e acelerou a passada.
— Quem é esta vacarrona? — perguntou Eva, fitando-os.
— Eva — repreendeu-a Erlendur, sobressaltado ao ver subitamente a filha no bar. — Sê educada.

Arnaldur Indriðason, A Voz, trad. Vasco Gato, Porto Editora

(O mérito da minha gargalhada é todo do Vasco Gato.)